segunda-feira, 5 de março de 2018

É PRECISO VOLTAR


É preciso voltar
Alguém deixou para trás um grande sonho, se desfez de uma trajetória que o levaria a uma conquista, seria uma grande vitória, mas o desistir de tudo, o abandonar o projeto, a sensação de que não conseguiria chegar até o final e concluir o que começou, fez com que parasse, e estático se tornou um alvo fácil para o desanimo, o desestimulo se aplacou.
A desistência tem o seu preço, o amargo sabor da derrota, não é um cálice que começa amargo e termina doce, ele é fel do começo ao fim, ele é degradante, desestimula, enfraquece o nosso ser, empobrece a nossa resistência, como o cupim na madeira, ou a ferrugem no metal, consome o que nos resta.
Mas ainda o que mais que queima é o arrependimento, intensifica a dor e com ele vem o remorso, aquilo é uma tortura, em saber que tivemos tudo na mão para evitar tudo isso, tínhamos as ferramentas, tínhamos o conhecimento, havia em nós forças, existia em nós firmeza, era só dizer não, era só rejeitar, não aceitar, nasceu para vencer mas aceitou a derrota, quis ser derrotado, aceitou se conformou com a derrota.
O inimigo é implacável, e não desperdiça as oportunidades que surgem, e no nosso vacilar se apodera de tudo que possuímos, da nossa alegria e da nossa felicidade, nos faz prisioneiros e cativos e nos tornamos pessoas consumidas pela saudade, entristecidas pelas lembranças.
A cena que vamos descrever é de pessoas que perderam tudo, perderam sua liberdade e foram levados para bem distantes das suas moradas e vivam em cativeiro, e um dia alguém os observava, talvez de uma janela, ou de uma montanha, aqueles que eram observados a maioria eram músicos, mas há muito tempo não se ouvia as suas canções, consumidos pelas lembranças, dilacerados pela saudade da sua terra não tinham forças para entoarem um canto, e ali as sua harpas estavam penduradas, as margens daquele rio, desde a sua existência cresceram juntos alguns salgueiros que ali ficaram séculos esperando o momento de poderem ao manos segurar aqueles instrumentos que louvavam a DEUS, tiveram o privilégio de amparar a arma daqueles harpista, que não conseguiam levantar suas cabeças, muito menos entoar um cântico.
Aquela cena de tristeza era tão grande que comovia os seus opressores, os seus inimigos olhavam para aqueles que eram consumidos pela tristeza, e os incentivavam, tentava motiva-los a que entoasse um cântico, uma canção, aqueles músicos outrora foram muito dedicados ao oficio, e alcançaram inúmera vitórias e conquistas, em suas execuções alegrou, transferiu alegria há muitos, e os seus inimigos sabiam disso, ouviram histórias de um jovem que tocava harpa para um rei, eles queriam sentir, ter acesso a esse sentimento, vivenciar essa alegria.
E tentavam animar aqueles músicos que sentados junto aquele rio não tinham motivos nem razão para tocarem suas harpas, o momento a situação, a postura, a maneira que se encontravam, o lugar onde estavam não dava, não tinha como, embora prisioneiros ali, não podiam contar desvendar os seus segredos, um dom que receberam dos céus, existia musica em toda a face da terra, mas daquela forma somente naquela nação, e somente por aqueles músicos. As outras melodias mexiam com o corpo, os faziam dançar, mas aquela melodia tocada por aqueles músicos tocavam a alma, e fazia o mal se afugentar.
Como poderemos cantar a canção do Senhor em terra estranha, diante de tanta idolatria, diante de tantas coisas perversas, tantas coisas estranhas naquele lugar, realmente não daria para um louvor, um cântico a DEUS, não só isso, mas diante daqueles músicos estavam aqueles que os destruíram, mataram amigos seus, destruíram suas casas, perderam familiares nas incursões por parte daqueles que os tinham por prisioneiros, eles olhavam para eles e lembravam de como uma fúria tão grande os tomaram naqueles dias que destruíram a sua cidade, os seus gritos quase podiam ouvir ali, “arrasai-a, arrasai-a até os seus alicerces”, imagine que fúria que não contentavam em só destruir e só derrubar, queriam que a destruição fosse até os alicerces.
A razão de estarem ali foi os seus erros, talvez nem de todos, mas a maioria tinha culpa em tudo, e pagavam também aquele alto preço da dominação, da escravidão. Mas alegrar aqueles que os destruíam, ah, não dava para o faze-lo, talvez a intenção daqueles homens era o fazerem esquecerem de tudo, o que passou, passou e torna-los ali interpretes de suas canções pagãs, torna-los parte da sua cultura, das suas crenças e de seus cultos a deuses estranhos, mesmo envoltos nos sentimentos mais triste, e do abandono que proporciona uma prisão, o remorso, e a saudade daqueles dia maravilhosos e de glória, onde as pessoas em suas frentes esboçava alegria, um sorriso na face enquanto dedilhava os acordes das sua harpas, conseguiram encontrar forças para rejeitarem aquele pedido, como se dissessem: aqui nunca poderei ser feliz, não e não jamais serei completo aqui, nunca vou esquecer do meus dias de alegria onde a felicidade era companheira. As lágrimas dos olhos eram de felicidade, como poderei esquecer-me desses dias, como poderei esquecer de Jerusalém e não preferir a ela minha maior alegria, se eu pensar diferente em meio a tudo isso que estamos passando, que minha língua se apegue ao paladar”.
Mas tudo que começa precisa terminar, tudo tem um começo e tem um fim, eles sabiam disso que aquilo seria um tempo, aquilo um dia iria terminar iria findar e DEUS iria se lembrar deles e os tirar daquele cativeiro, e eles iram pagar por tudo aquilo, DEUS os vingaria, nada daquilo ficaria impune, e era tempo de guerra e talvez não fosse a sua nação a destruir aquele povo, e da mesma forma como fizeram naqueles dias que pegavam os seus filhos e os jogavam nas pedras, não seria nada demais se pagassem da mesma forma.
Só pagariam com a mesma moeda, olho por olho, dente por dente, não existia motivos e razões para que na Babilônia aqueles músicos alegrassem aqueles que os oprimiam, muitos pensam que o passarinho na gaiola canta de alegria, não, se prestar atenção vai perceber que não se trata de um canto, mas de um lamento, o que cantamos é o que a nossa exprime, e eles exprimem um cântico de tristeza e de infelicidade, a sensação de a porta daquela gaiola nunca vai se abrir, e o medo de quando um dia ela se abrir e puder escapar não consiga mais voar, naquele dia em Babilônia eles preferiram se calar, não queria expressar a tristeza, nem o dor que sentiam na alma.
Sempre expressavam alegria através de suas canções e não era agora, embora preso que expressariam tristeza.
Quando eles se sentavam junto aquele rio, era para recordar, lembrar de Sião, as lágrimas caiam pelo rosto, banhando a sua face, uma saudade, as lembranças e ali remoíam aqueles momentos, horas e uma vida de sucesso e conquista, mas agora tudo era saudade, não tinham mais casas, nem templo, nem cidade e dali não poderiam sair estavam em uma prisão, estavam no abandono.
Junto aos rios da Babilônia, ali nos assentamos e choramos, quando nos lembramos de Sião.
Sobre os salgueiros que há no meio dela, penduramos as nossas harpas.
Pois lá aqueles que nos levaram cativos nos pediam uma canção; e os que nos destruíram, que os alegrássemos, dizendo: Cantai-nos uma das canções de Sião.
Como cantaremos a canção do Senhor em terra estranha?
Se eu me esquecer de ti, ó Jerusalém, esqueça-se a minha direita da sua destreza.
Se me não lembrar de ti, apegue-se-me a língua ao meu paladar; se não preferir Jerusalém à minha maior alegria.
Lembra-te, Senhor, dos filhos de Edom no dia de Jerusalém, que diziam: Descobri-a, descobri-a até aos seus alicerces.
Ah! filha de babilônia, que vais ser assolada; feliz aquele que te retribuir o pago que tu nos pagaste a nós.
Feliz aquele que pegar em teus filhos e der com eles nas pedras.

Salmos 137:1-9
Nunca despreze os seus dias, lembra-te do teu CRIADOR, nos dias de alegria, no tempo de felicidade, se lembra de DEUS no momento da fartura, nos sete anos da vaca gorda, para que quando chegar os maus dias não diga “neles não tenho felicidade, neles não tenho alegria”, para que nunca saia da sua boca que os dias passados forem melhores do que o momento, do que o presente, nessa expressão não tem sabedoria, não tem prudência, o passado não volta mais, precisa continuar, quando dissermos essas palavras significa que matamos a esperança, que não existe mais esperança, mesmo no cativeiro aquele músicos expressaram confiança e esperança.
Mesmo que foi culpa sua estar numa situação difícil, esta cercado, sem saída, ainda assim espere o tempo, não mate a esperança, não destrua a esperança dentro de você. A tristeza dura uma noite, logo o dia vai amanhecer, e a alegria vai vir com o romper da aurora.
Enquanto nada acontece, espere, aguarde esse período vai passar, a tempestade vai passar.
DEUS abençoe seu dia, sua vida, o seu momento, que DEUS ilumine a sua vida, e a paz que vem dos Céus tome o teu ser e da tua vida.
    
(Claudio Alves de Oliveira)
É preciso voltar

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