É preciso voltar
Alguém deixou
para trás um grande sonho, se desfez de uma trajetória que o levaria a uma
conquista, seria uma grande vitória, mas o desistir de tudo, o abandonar o
projeto, a sensação de que não conseguiria chegar até o final e concluir o que
começou, fez com que parasse, e estático se tornou um alvo fácil para o
desanimo, o desestimulo se aplacou.
A desistência
tem o seu preço, o amargo sabor da derrota, não é um cálice que começa amargo e
termina doce, ele é fel do começo ao fim, ele é degradante, desestimula, enfraquece
o nosso ser, empobrece a nossa resistência, como o cupim na madeira, ou a
ferrugem no metal, consome o que nos resta.
Mas ainda o
que mais que queima é o arrependimento, intensifica a dor e com ele vem o remorso,
aquilo é uma tortura, em saber que tivemos tudo na mão para evitar tudo isso, tínhamos
as ferramentas, tínhamos o conhecimento, havia em nós forças, existia em nós
firmeza, era só dizer não, era só rejeitar, não aceitar, nasceu para vencer mas
aceitou a derrota, quis ser derrotado, aceitou se conformou com a derrota.
O inimigo é
implacável, e não desperdiça as oportunidades que surgem, e no nosso vacilar se
apodera de tudo que possuímos, da nossa alegria e da nossa felicidade, nos faz
prisioneiros e cativos e nos tornamos pessoas consumidas pela saudade, entristecidas
pelas lembranças.
A cena que
vamos descrever é de pessoas que perderam tudo, perderam sua liberdade e foram
levados para bem distantes das suas moradas e vivam em cativeiro, e um dia
alguém os observava, talvez de uma janela, ou de uma montanha, aqueles que eram
observados a maioria eram músicos, mas há muito tempo não se ouvia as suas canções,
consumidos pelas lembranças, dilacerados pela saudade da sua terra não tinham
forças para entoarem um canto, e ali as sua harpas estavam penduradas, as
margens daquele rio, desde a sua existência cresceram juntos alguns salgueiros
que ali ficaram séculos esperando o momento de poderem ao manos segurar aqueles
instrumentos que louvavam a DEUS, tiveram o privilégio de amparar a arma
daqueles harpista, que não conseguiam levantar suas cabeças, muito menos entoar
um cântico.
Aquela cena
de tristeza era tão grande que comovia os seus opressores, os seus inimigos
olhavam para aqueles que eram consumidos pela tristeza, e os incentivavam,
tentava motiva-los a que entoasse um cântico, uma canção, aqueles músicos outrora
foram muito dedicados ao oficio, e alcançaram inúmera vitórias e conquistas, em
suas execuções alegrou, transferiu alegria há muitos, e os seus inimigos sabiam
disso, ouviram histórias de um jovem que tocava harpa para um rei, eles queriam
sentir, ter acesso a esse sentimento, vivenciar essa alegria.
E tentavam
animar aqueles músicos que sentados junto aquele rio não tinham motivos nem
razão para tocarem suas harpas, o momento a situação, a postura, a maneira que
se encontravam, o lugar onde estavam não dava, não tinha como, embora
prisioneiros ali, não podiam contar desvendar os seus segredos, um dom que
receberam dos céus, existia musica em toda a face da terra, mas daquela forma
somente naquela nação, e somente por aqueles músicos. As outras melodias mexiam
com o corpo, os faziam dançar, mas aquela melodia tocada por aqueles músicos tocavam
a alma, e fazia o mal se afugentar.
Como poderemos
cantar a canção do Senhor em terra estranha, diante de tanta idolatria, diante
de tantas coisas perversas, tantas coisas estranhas naquele lugar, realmente
não daria para um louvor, um cântico a DEUS, não só isso, mas diante daqueles músicos
estavam aqueles que os destruíram, mataram amigos seus, destruíram suas casas,
perderam familiares nas incursões por parte daqueles que os tinham por
prisioneiros, eles olhavam para eles e lembravam de como uma fúria tão grande
os tomaram naqueles dias que destruíram a sua cidade, os seus gritos quase
podiam ouvir ali, “arrasai-a, arrasai-a até os seus alicerces”, imagine que fúria
que não contentavam em só destruir e só derrubar, queriam que a destruição
fosse até os alicerces.
A razão de
estarem ali foi os seus erros, talvez nem de todos, mas a maioria tinha culpa
em tudo, e pagavam também aquele alto preço da dominação, da escravidão. Mas alegrar
aqueles que os destruíam, ah, não dava para o faze-lo, talvez a intenção
daqueles homens era o fazerem esquecerem de tudo, o que passou, passou e torna-los
ali interpretes de suas canções pagãs, torna-los parte da sua cultura, das suas
crenças e de seus cultos a deuses estranhos, mesmo envoltos nos sentimentos
mais triste, e do abandono que proporciona uma prisão, o remorso, e a saudade
daqueles dia maravilhosos e de glória, onde as pessoas em suas frentes esboçava
alegria, um sorriso na face enquanto dedilhava os acordes das sua harpas,
conseguiram encontrar forças para rejeitarem aquele pedido, como se dissessem:
aqui nunca poderei ser feliz, não e não jamais serei completo aqui, nunca vou
esquecer do meus dias de alegria onde a felicidade era companheira. As lágrimas
dos olhos eram de felicidade, como poderei esquecer-me desses dias, como
poderei esquecer de Jerusalém e não preferir a ela minha maior alegria, se eu
pensar diferente em meio a tudo isso que estamos passando, que minha língua se
apegue ao paladar”.
Mas tudo
que começa precisa terminar, tudo tem um começo e tem um fim, eles sabiam disso
que aquilo seria um tempo, aquilo um dia iria terminar iria findar e DEUS iria
se lembrar deles e os tirar daquele cativeiro, e eles iram pagar por tudo
aquilo, DEUS os vingaria, nada daquilo ficaria impune, e era tempo de guerra e
talvez não fosse a sua nação a destruir aquele povo, e da mesma forma como
fizeram naqueles dias que pegavam os seus filhos e os jogavam nas pedras, não
seria nada demais se pagassem da mesma forma.
Só pagariam
com a mesma moeda, olho por olho, dente por dente, não existia motivos e razões
para que na Babilônia aqueles músicos alegrassem aqueles que os oprimiam,
muitos pensam que o passarinho na gaiola canta de alegria, não, se prestar
atenção vai perceber que não se trata de um canto, mas de um lamento, o que
cantamos é o que a nossa exprime, e eles exprimem um cântico de tristeza e de
infelicidade, a sensação de a porta daquela gaiola nunca vai se abrir, e o medo
de quando um dia ela se abrir e puder escapar não consiga mais voar, naquele
dia em Babilônia eles preferiram se calar, não queria expressar a tristeza, nem
o dor que sentiam na alma.
Sempre expressavam
alegria através de suas canções e não era agora, embora preso que expressariam
tristeza.
Quando eles
se sentavam junto aquele rio, era para recordar, lembrar de Sião, as lágrimas
caiam pelo rosto, banhando a sua face, uma saudade, as lembranças e ali remoíam
aqueles momentos, horas e uma vida de sucesso e conquista, mas agora tudo era
saudade, não tinham mais casas, nem templo, nem cidade e dali não poderiam sair
estavam em uma prisão, estavam no abandono.
Junto aos
rios da Babilônia, ali nos assentamos e choramos, quando nos lembramos de Sião.
Sobre os
salgueiros que há no meio dela, penduramos as nossas harpas.
Pois lá
aqueles que nos levaram cativos nos pediam uma canção; e os que nos destruíram,
que os alegrássemos, dizendo: Cantai-nos uma das canções de Sião.
Como
cantaremos a canção do Senhor em terra estranha?
Se eu me
esquecer de ti, ó Jerusalém, esqueça-se a minha direita da sua destreza.
Se me não
lembrar de ti, apegue-se-me a língua ao meu paladar; se não preferir Jerusalém
à minha maior alegria.
Lembra-te,
Senhor, dos filhos de Edom no dia de Jerusalém, que diziam: Descobri-a,
descobri-a até aos seus alicerces.
Ah! filha
de babilônia, que vais ser assolada; feliz aquele que te retribuir o pago que tu
nos pagaste a nós.
Feliz
aquele que pegar em teus filhos e der com eles nas pedras.
Salmos
137:1-9
Nunca despreze
os seus dias, lembra-te do teu CRIADOR, nos dias de alegria, no tempo de
felicidade, se lembra de DEUS no momento da fartura, nos sete anos da vaca
gorda, para que quando chegar os maus dias não diga “neles não tenho
felicidade, neles não tenho alegria”, para que nunca saia da sua boca que os
dias passados forem melhores do que o momento, do que o presente, nessa
expressão não tem sabedoria, não tem prudência, o passado não volta mais,
precisa continuar, quando dissermos essas palavras significa que matamos a
esperança, que não existe mais esperança, mesmo no cativeiro aquele músicos
expressaram confiança e esperança.
Mesmo que
foi culpa sua estar numa situação difícil, esta cercado, sem saída, ainda assim
espere o tempo, não mate a esperança, não destrua a esperança dentro de você. A
tristeza dura uma noite, logo o dia vai amanhecer, e a alegria vai vir com o
romper da aurora.
Enquanto nada
acontece, espere, aguarde esse período vai passar, a tempestade vai passar.
DEUS
abençoe seu dia, sua vida, o seu momento, que DEUS ilumine a sua vida, e a paz
que vem dos Céus tome o teu ser e da tua vida.
(Claudio Alves de Oliveira)
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