quarta-feira, 30 de agosto de 2023

O TEMPO PASSOU


O TEMPO PASSOU


Saudades das histórias contadas na roça, lá no sítio.

Aquelas no tempo da nossa infância, que parecia um delírio.

Nas causava medo e terror e muito receio.

Dificilmente andava a noite, era desnecessário.

Para evitar encontro com seres sombrio.

Ao longe dava para ouvir o saci-pererê e seu assobio.

Os mais velhos nos falava de certos encontros, que arrepio.

De lutas travadas com o que parecia um desvario.

Com um lobo que virava homem, um ser lendário.

Com uma mula sem cabeça, não era imaginário.

E fomos crescendo com esses factício.

A cidade grande se tornou um fascínio.

E as histórias contadas se torna um devaneio.

Deixamos de acreditar no extraordinário.

E chegou a idade adulta, nosso desígnio.

Família, emprego, carreira, propósitos e critério.

Não dá mais tempo para algo tão simplório.

É tudo fica no passado, como um refúgio.

Um dia sentimos falta, talvez por causa do tédio.

Até fazemos de tudo um veraneio.

Mas está tudo diferente, parece alheio.

Aqueles contos, que eram tão notório.

Parece que entrou em declínio.

Virou saudade deixou de ser algo tão sério.

Não que o medo deixou de existir, é obvio.

Mas o tempo roubou nossa infância, isso é mistério.

E das histórias restou somente o silêncio.

Em volta da fogueira se tornava um cenário.

Todos queriam contar seus feitos que causava murmúrio.

De encontros com o discriminatório.

Almas penadas, assombrações, até com o ilusório.

E o medo era eletrizante com calafrio.

Ninguém dormia o assombro era solidário.

O caminho que tinha uma cruz, era mau presságio.

A coruja cantando no telhado, alguém ia pro cemitério.

O chinelo virado, a mãe morreria, era um anúncio.

Andar de costa não podia era um prenúncio.

Se o cachorro uivasse o fim de alguém era obrigatório.

Há tanto o que lembrar desse tempo sadio.

Que ficou no passado, um tempo tão notório.

O tempo passou e não foi solidário.

Roubou de nós nossas crendices e nosso “asseio”.

Levou também o nosso receio.

Como o tempo passou, parece que foi um extravio.

A geração de hoje, não teve esse beneficio.

Vivem do que é contraditório.

Não acreditam nas nossas histórias, é irrisório.

Um fusca azul sem motorista, era hilário.

Mas muitos foram testemunhas, tinha indício.

Ou pedras no telhado, não foi fictício.

Um escritor de Taubaté, foi visionário.

E deu vida ao inimaginável, o não imaginário.

Mas essa história vem de outro hemisfério.

De outro tempo, de outro “concílio”.

Do tempo que existia o unicórnio.

(Claudio Alves de Oliveira)

O tempo passou


 

quinta-feira, 17 de agosto de 2023

AMANHÃ HOJE E ONTEM


AMANHÃ, HOJE E ONTEM


O hoje parece ser distante, o ontem tão perto.

Não falaremos do amanhã, só mencionaremos quando ele for hoje.

O tempo nos deixa marcas, e os dias cicatrizes.

A idade um dia se torna uma vantagem, amadurecemos.

Mas por outro lado, rouba um pouco do nosso vigor.

Os reflexos não mais são os mesmos.

Nem a energia de outrora é igual.

Mas o intelecto se aprimora com o passar dos dias.

Não somos muito diferente dos frutos.

Que depois de amadurecer, apodrecem.

O lema é envelhecer com a alma jovem.

Isso é muito verdadeiro, e somos testemunhas disso.

E essas pessoas mesmo com dificuldades.

São alegres, cheia de bom humor.

Participa, ajuda, se preocupa, são ativas.

São frutos que amadurecem e nunca apodrecem.

Mas tem o outro lado, que o fruto mesmo verde apodrece.

Sabe, enquanto ainda está no galho é possível recuperar.

Mas depois que cai, infelizmente acabou.

E podemos observar quantos que de maneira estúpida.

Deixa uma mãe chorando, um pai desesperado.

E a justificativa é tão banal, drogas, crime, vícios.

Trafico, sequestro, latrocínio, invasão, troca de tiros.

São frutos que antes de amadurecer, apodrecem.

São escolhas e decisões erradas.

Caminhos que não levam a nenhum lugar.

A vida é tão maravilhosa, viver é uma experiência incrível.

Chegar a meio século de vida é maravilhoso.

Alcançar ainda mas uma parte ou metade disso.

É sensacional, quantas história para contar.

Experiência para compartilhar, conhecimento.

Tem pessoas que passam pela terra e deixam um legado.

Outras deixam fortunas, outras só problemas.

Mas tem aquelas que não deixa nada físico.

Tudo o que construiu foi um caráter.

Exemplo de vida, dedicação, postura.

Todas as pessoas deixam um vazio enorme.

Mas tem aqueles que deixam algo além da saudade.

É como o fruto bom de uma árvore.

Que não apodreceu, não deu nenhuma praga.

E foi útil para quem semeou.

O ontem não parece tão distante.

Nem o hoje tão próximo, pense só no agora.

Nesse tempo que pertence ao dia, ao hoje, o agora.

No entanto, o passado é o alicerce.

Para vivermos o hoje, e a base do futuro.

Como o fruto precisa da árvore.

Reviver o passado é fortalecer o presente.

Para encarar o amanhã.

A sua tristeza hoje, talvez seja falta de sorrir.

Se o dia não está de certa forma bom.

Reviva os dias felizes, as horas alegres.

Todos nós temos um passado, uma história.

Que ainda está sendo contada, num livro.

Volta umas páginas, isso pode te ajudar.

Dizem que o passado nunca morre.

Tem momentos que é bem vivo na nossa memória.

Lembranças que nos fazem chorar, sorrir.

Lembranças que nos fazem cantar, se emocionar.

Lembranças que nos fazem como crianças, a se alegrar.

Lembranças que nos fazem reviver, dá forças para continuar.

Lembranças que nos fazem entristecer, e refletimos.

Lembranças que nos fazem até implorar, por momentos tão lindos.

Por nós vividos, e que não podem ser esquecidos.

Lembranças são marcas, cicatrizes e até manchas.

Na nossa trajetória, que não podemos apagar.

Mas com atitudes nós aprendemos com nossos erros.

Lembranças de um tempo que não volta mais.

O agora também um dia será só lembranças.

O hoje vai se tornar passado.

E um dia precisamos fechar o livro da nossa história.

Quando a última página for escrita.

(Claudio Alves de Oliveira)

Amanhã, hoje e ontem