segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

UMA PROMESSA NÃO VOLTA ATRÁS

Uma promessa não volta atrás
Aquilo que tratamos com alguém, damos nossa palavra, ela não pode voltar atrás, o trato é trato, hoje temos os cartórios para esse tipo de coisa, contrato, se alguém violar o contrato se paga uma multa, enfim se somos pessoas fieis a DEUS, temos que ser fiel no trato, essa palavra vem de tratado, ou contrato, aquilo que ficou estabelecido, que ficou acertado, todas elas nos levam ao mesmo sentimento, uma promessa foi feita.
E nesse sentido precisamos ser fieis, embora aconteça de sermos prejudicados, saímos no prejuízo, fomos lesados, porque quando tal coisa foi acertada, não existia isso, não existia lei tal, enfim, mesmo perdendo precisamos nos manter a altura de um cidadão dos Céus, e manter aquilo que tratamos, não importa o tempo que passe.
Em um lugar de Israel, numa cidade afastada, onde vivia pessoas onde tinham algo em comum, eram deficientes, eram separadas da sociedade, eram desprezadas ali vivam em uma completa solidão, em um mundo que se vivia quase todo o tempo em guerra, a maioria dos homens da nação precisavam ser sadios, para o trabalho e para a guerra, as pessoas deficientes não acompanhavam esse tipo de vida, o nome desse lugar causa muito debates por seu significado, não vamos se apegar a significado, a nomes, vamos ver de outra perspectiva, esse episódio. Nesse lugar levou uma fama de cidade do esquecimento, abandono e solidão, entendamos que nessa época, nesse tempo os filisteus haviam ganho a batalha e quem pode fugir, fugiu, mas as pessoas doentes, com deficiência não tiveram a mesma sorte e ali permaneceram, daí talvez se tenha originado essa fama, mas tem uma coisa ali vivia mais pessoas.
Nosso foco é que aquilo que alguém prometeu, jurou que faria, chega um dia que precisa cumprir com o que prometeu, mesmo que os anos passem, o tempo passe, mas a esperança daquele que espera parece se renovar a cada dia, a cada momento. Para aquele que espera por alguma coisa se preciso for ele acredita até o último suspiro de vida, ainda que seja a última coisa que verá, que poderá apalpar, mas se existe uma promessa com certeza verá em vida.
Em Lo-Debar vivia um moço por nome de Mefibosete, não existia nenhuma promessa diretamente a ele, ninguém disse nada a seu respeito, esse jovem quando tinha cinco anos de idade seu avô o rei Saul participava com seu filho Jônatas da última batalha das suas vidas, tombaram nessa batalha, e quando veio a notícia para a família foi um desespero muito grande, uma fuga desenfreada foi realizada, uma das criadas no desespero da fuga deixou aquela criança cair, acredita-se que estivesse correndo talvez assim o impacto da queda foi grande e quebrou as duas pernas, devido à falta de tratamento, ou ainda ficou abandonado ali de qualquer forma um certo Maquir cuidou desta criança que cresceu com deficiência nos dois pés, andava com dificuldade, mas de certa forma o seu tutor agora cuidava dele como um filho.
A ama que era responsável para cuidar de Mefibosete, depois daquele dia de fuga ela desaparece da história, não que ela tenha morrido, talvez sim talvez não, mas eu falo que deixa de ser uma personagem dessa história, e aquela criança ali no chão sem poder andar sentindo dor, sozinha, sem ninguém, não sabemos quanto tempo ficou ali, se foi dias, semanas ou meses, mas fato é que esse homem chamado Maquir de alguma forma passou por ali e o levou, ou alguém levou até a ele, mas para simplificar tudo isso, vamos colocar assim, o SENHOR DEUS vendo aquele menino ali no chão providenciou alguém, para o socorrer, de repente até a própria cuidadora dele, que depois viu que não conseguiria dar o necessário a ele e assim de certa forma o deixou pela cidade. Os caminhos do seu destino estavam traçados.
Ele cresceu ali esquecido, mas sobre a sua veia corria o sangue real, o seu avô e seu pai foram pessoas importantes em Israel, mas ali naquele lugar onde a maioria das pessoas eram iguais a ele, isso não importava muito, e o anonimato se tornou parte da sua vida, o seu problema agora não era o trono do rei, mas a sua sobrevivência, era questão de vida, precisava viver, ser rei isso não fazia parte dos seus planos, era deficiente e isso era um grande empecilho, isso o impedia de locomover, o restringia a viver de um modo diferente dos demais, então com essa perspectiva de vida ele também não tendo muito aonde ir, a quem reclamar se propôs a passar toda a sua vida ali, quem sabe no passado ele até falou da sua linhagem, porém ninguém por certo creu nas suas palavras, ele até mencionava de seu avô de quando brincava no palácio, de seu pai, porém isso não causava impacto nos moradores de Lo-Debar.
Viveu ali sem a cultura real, sem as regalias do reino, e fugiu da lembrança de todos, nem seu tio, Is-Bosete quando reinou se lembrou dele, talvez tenha se acostumado a viver na solidão, dependente de Maquir, esse prognóstico de vida foi assim determinado ao filho de Jônatas, Mefibosete. Mas tem uma coisa, que talvez ele tenha esquecido é que lá do Céu ninguém é esquecido, todos são lembrados por DEUS, passa o tempo que passar, chega um dia em que há uma determinação por parte do TODO PODEROSO DEUS, “chega, basta”, o que ocorre é aquele que vivia na humilhação, viva no desprezo, viva de cabeça baixa, vai a partir daquela determinação passar a ser diferente, chegou o dia da sua exaltação, chegou a hora da sair do exilio, chegou momento de levantar a cabeça de colocar roupas novas, vestes reais, vestes limpas. Mas que tudo isso ocorra um tempo passou e aquele que assim foi beneficiado depois possa olhar para o passado e poder dizer passei por tudo isso porque precisava aprender, estava sendo preparado para esse dia.
Em tudo, em tudo podemos enxergar o operar de DEUS, ainda que para nós o tempo se torna nosso inimigo, se torna um meio de nos fazer desistir de esperar, o tempo de espera consuma nossa energia, o esperar nos faça tão insatisfeitos com um sentimento de uma possível perda ou derrota, contudo se persistirmos, se formos perseverantes, seremos exaltados, seremos lembrados e honrados. Nos vem à lembrança Jose no cárcere, interpreta o sonho do copeiro do Faraó, e o faz prometer que quando tudo acontecesse conforme aquilo que interpretara e diante de Faraó se lembrasse dele que continuava preso, sabemos que o copeiro até esqueceu do que prometeu, mas o tempo passou e um dia o Faraó teve um sonho e não houve quem interpretasse, e o copeiro se lembrou de José, que de uma prisão foi colocado como o segundo no Egito, acima dele só o Faraó.
Tem gente que diz que saber esperar é uma virtude, a paciência é o resultado de muitas tribulações, de muitas provações, engolir o sapo as vezes, voltar para casa chorando, a humilhação foi grande, o desprezo foi enorme, tudo isso nos serve de ensino, de aprendizado, é um sinal de que estamos sendo testados, porque o caminho da vitória é cruel, é cheio de espinhos, cheio de barreiras, por mais que demore, parecendo que nunca vai acontecer nada, não devemos desistir, não podemos desistir, precisamos sempre ficar firmes e confiantes, nenhuma adversidade pode derrotar aquele que nasceu para ser vencedor.
Por certo quantas veze riram das histórias de Mefibosete, quando ele dizia, que corria na casa do rei, que andava na sua charrete, que andava no seu cavalo, foi desprezado, e o tempo passou. Até que um dia, esse dia sempre chegará, esse dia não tem como evitar, o dia chega, o dia vem em que trocará a tristeza pela alegria, a morte pela vida, e a solidão pela gratidão, e a humilhação pela exaltação, e esse dia Davi já era rei de todo Israel, e ali no seu aposento, no seu trono, ele começa a lembrar como se revirasse um livro, e abrindo as páginas do fim para o começo, ele tem um estalo, como se no livro estivesse escrito alguma coisa que tinha se esquecido, então na sua mente se forma a imagem de Jônatas, como numa tela, ela começa a ver todas as suas conversas, ele lembra de que Jônatas um dia salvou sua vida, e ele vislumbra aquilo que prometeu em seu últimos momentos, que cuidaria da sua descendência, aquilo deixou Davi apavorado, e chamou os seus ali e perguntou sobre a família Real, porque para ele depois de viver muito tempo fora de Israel, não tinha certeza de que ainda existia algum descendente da família real, o último foi Is-Bosete, mas esse não existia mais, e pergunta se ainda existia alguém da família de Saul que estivesse vivo, para que pudesse cumprir com o que prometera, ali por perto ninguém sabia ao certo em dos servos por nome Ziba, foi chamado a presença de Davi, e este tinha uma informação importante, ele menciona Mefibosete: Então disse Ziba ao rei: Ainda há um filho de Jônatas, aleijado de ambos os pés.  E assim quis saber o rei todas as informações de onde estava, com quem estava, e mandou buscá-lo, está escrito que ele foi tomado da casa d Maquir em Lo-Debar, sim era uma ordem do rei, e assim era cumprida à risca.
Mefibosete quando chega na presença de Davi se reverencia e logo vem a pergunta: Mefibosete! E ele disse: Eis aqui teu servo.  E Davi então lhe acalma primeiro, porque o que se passava com Mefibosete, na sua mente era o medo desse dia em que fosse descoberto, por ter sangue real, isso um dia poderia causar-lhe algum mal, viver ali isolado e no anonimato era um meio de se proteger, porque até onde ele sabia toda a família real tinha morrido, por medo de perseguição devido a sua linhagem sanguínea era melhor viver em Lo-Debar. Mas para sua surpresa Davi não se mostra hostil e começa a falar: Não temas, porque decerto usarei contigo de benevolência por amor de Jônatas, teu pai, e te restituirei todas as terras de Saul, teu pai, e tu sempre comerás pão à minha mesa. Não só Mefibosete foi afetado, mas Ziba também que era um dos moços de Saul, por isso ele conhecia a história de Mefibosete, mas se manteve em segredo tinha medo de represália, tudo as terras de Saul seriam, tudo aquilo que o tinha pertencido seria devolvido ao filho de Jônatas, e Ziba deveria cuidar de tudo, e da terra tirar o seu sustento e dos seus filhos, mas a Mefibosete iria comer todos os dias na mesa do rei como se fosse um de seus filhos, a reação dele depois disso é simplesmente digna: Então se inclinou, e disse: Quem é teu servo, para teres olhado para um cão morto tal como eu? Quem sou eu para merecer tudo isso, não sou ninguém, sou um deficiente nem um homem completo sou, sou diferente dos demais incompleto, não mereço tudo isso, mas Davi não respondeu à sua pergunta, preferiu agir dirigindo as diretrizes para Ziba.
Esse foi o desfecho de uma triste história de um menino deficiente, esquecido e abandonado na sua dor, mas que um dia foi agraciado, e viveu como o filho do rei, compensou esperar ou não? Com isso concluímos que toda a espera tem um valor, honra e recompensa. Com tudo podemos tirar um bom aprendizado de tudo isso, saber esperar é recompensador.
É claro que para aquele que promete algo precisa cumprir, passa o tempo que passar, mas para aquele que espera não precisa se preocupar com quem prometeu alguma coisa, pois se ocorrer o esquecimento lá no Céu existe um DEUS que não dorme nem tosqueneja, ELE é o guarda fiel do seu povo, fará lembrar o esquecido, e elevará o humilhado a exaltação.

(Claudio Alves de Oliveira)
Uma promessa não volta atrás.

*fragmentos do texto “um jovem guerreiro? Parte III”

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