terça-feira, 25 de abril de 2017

APRENDER, SE ADAPTAR


APRENDER, SE ADAPTAR
Ainda existe muito que aprender, muito a ser estudado, costumo dizer que em nossa própria área de atuação ainda há muito aprendizado, cada etapa da nossa vida passamos por momentos, dificuldades que se expõe proporcionando um novo aprendizado, por mais simples que seja, por menor que seja o detalhe, é uma novidade para nós, em outras ocasiões precisamos nos adaptar com a chegada daquele evento que não esperávamos.
Seja uma lei nova, uma nova recomendação, a evolução da tecnologia, salas de aulas com o uso do celular por exemplo, no smartfone o aluno tem praticamente um computador, uma calculadora cientifica, um conversor de medidas, um dicionário, um editor de texto, temos muitos e muitos aplicativos que facilitam a vida do aluno e também do professor, mas isso acarreta uma outra dificuldade ao docente, esse facilitador do aluno com certeza fará com o seu foco no aprendizado seja reduzido, querendo ou não é um obstáculo que ainda deve ser estudado de forma carinhosa, aprender com isso fazendo com que ambos os lados saiam ganhando com essa novidade em termos de evolução tecnológica que se expandiu de uma forma muito rápida, porém de certa forma eficiente.
Está aí uma situação que ainda precisa de conscientização, por parte dos educandos, aos mestres algo que precisam de adaptação.
Estamos num país, Brasil em que somos um fracasso em certos sentidos, e a educação depois dos anos oitenta regrediu no tempo, e nesses dias atuais ainda tende a piorar, mas piorar mesmo, a classe estudantil sendo usada como massas de manobras para os sujos, imundos, sórdidos, obscenos, conspurcados, pelos componentes emporcalhados de uma determinada classe, que não investe na educação de um país, sendo que se o aluno quiser de fato uma especialização e uma colocação no mercado de trabalho precisa investir na sua carreira, conseguir qualificação e quando sim formado, cadê o emprego?
O sentido de patriotismo, de amor ao país, de honrar a Bandeira da sua nação, foi tirada, porque acharam que isso era uma perda de tempo, não existia valor nesse ato, era coisa de militar e não de alguém que ama o seu país e a sua nação.
Nossos aprendizes, colegiais, estudantes, educandos não tem isso, esses valores foram tirados, de fato é uma outra situação que ou nós deixamos para lá, viramos as costas para isso, ou se existe em nós um pouco de amor ao nosso solo, a situação deve ser analisada e algo ser feito para uma retaliação.
Nem sempre avançamos, para determinada conjuntura, circunstância é preciso reaprender, sim voltar da onde o problema começou, não importa o tempo, mas se for preciso aprender de novo, que seja, começamos novamente com zero chance de erro, aquele caminho que devíamos ter pego lá atrás, fazemos o retorno e voltamos, vamos passar da entrada porque precisamos encontrar uma forma de passarmos para o outro lado e acessamos o caminho que deveríamos ter pego. Qual o mal nisso, perdemos tempo, mas temos com nós que dá próxima vez, não vai existir esse vacilo de novo, ou até mesmo quando ocorrer situação semelhante.
Às vezes é preciso dar um passo atrás, para enxergarmos onde está o ponto que precisa ser reparado.
Falamos num sentido coletivo, ainda existe conflitos, guerrilhas, guerras, na qual pessoas precisam se adaptar ao momento, parece ser frio, mas nesses momentos as lágrimas pelo ente querido que foi alvejado, ficam para depois é preciso sobreviver, nesses momentos o sentimento de sobreviver predomina, e a visão de pessoas mortas, estraçalhadas, dilaceradas, queimadas não causam impacto naquele momento, é preciso correr, fugir, achar um lugar seguro, quando tudo termina, eles não têm mais casa, documentos, e familiares, e sozinhos no mundo precisam encontrar uma razão para viverem, encontrar um recomeço, eu não ousaria dizer, “se adaptar à nova vida”, não se trata de adaptação, está além disso, muito além de uma adaptação.
Nós ainda que temos um sentimento de misericórdia, afeto, amor, compaixão, piedade, clemência e dó, nos sensibilizamos por determinadas situações, pessoas que no nosso tempo ainda vivem na miséria total, situação sub-humana, isso nos incomoda, embora exista seres humanos que não estão nem aí para isso, não se incomoda com uma criança passando fome, morrendo sem ter o que comer, pessoas esquecidas, abandonadas e entregues à própria sorte, condenadas a morrer, isso nos comove, mexe com nossos sentimentos.
Existe muito que se aprender ainda, o vídeo que vou colocar aqui talvez fale mais do que palavras, embora se trate de uma produção, mas falando de uma situação real.


Como podemos verificar no vídeo uma criança cuidando de outra criança, sabe o que é olhar para o futuro e não ter a mínima vontade, desejo, expectativa que o amanhã chegue olhar para todos os lados e não encontrar um socorro um amparo, procurar um ajuda de um adulto e ouvir sempre um não, se é real ou não pouco importa, quantas vezes aquele menino gritou por seus pais, “pai cadê você? Mãe onde a senhora está?, e não houve resposta, não vai existir resposta, como será essa vida, aparente ter uns nove anos, e um bebe, como uma criança de nove anos de idade vai poder sustentar um bebe, sem dinheiro, sem recursos, sem comida sem água, sem remédio, sem nada, absolutamente sem nada e sem ninguém, é uma realidade, isso não uma mera ficção, isso é real.
Eu gostaria muito de perguntar, será que é capaz de que pelo menos uma lágrima posso rolar no seu rosto, ao menos uma, tente imaginar como será a sobrevivência dessas duas crianças, somos realistas não é verdade, pode ser que sobrevivam, o mais velho com certeza, mas, a criança de colo, o bebe temo pela sua sobrevivência.
Estávamos falando de adaptação, a guerra tirou tudo de todos, seus passados, suas vidas, suas vontades de viverem, para aqueles que ainda respiram e sonham com um futuro é preciso se adaptar, é imprescindível, sua vida vai depender exatamente dessa adaptação, viver de forma diferente, muitos que sobreviveram testemunham do foi preciso enfrentar, coisas que tiveram que fazer, depois de tudo são vencedores, nesse sentido de que falamos se for preciso mudar, mude se for preciso correr, corra se for preciso chorar, chore se for preciso viver numa caverna, viva, precisa manter a cabeça erguida, e caminhar, nunca deixe de caminhar, nunca deixe de viver.
Às vezes precisamos ouvir sentir, imaginar, se colocar no lugar, deixar que as histórias de outros sejam contadas, publicadas, debatidas e documentadas, para que possamos aprender com a experiência dos vencedores, daqueles que viveram no inferno e sobreviveram daquele sobrevivente de guerra, de um que sofreu naufrágio, de alguém que sobreviveu a uma queda de avião e aqui no Brasil temos pessoas do Chapecoense que podem falar muito mais, aprender com aqueles que sobreviveram a um atentado, um acidente de carro, moto, existe muito que se aprender, somente ouvindo, no silencio o aprendizado é maior do que falando, se expressando.
O silencio em certas ocasiões é uma arma tão letal, que não temos ideia da sua eficácia, isso também se trata de uma adaptação da nossa parte, porque está em nós essa coisa de não querer ouvir ninguém, não concordar com as pessoas, alguém contado, por exemplo, como ocorreu o acidente do qual estava presente, vamos supor que essa pessoa era o motorista do veículo colidido, e no seu depoimento já dentro de nós o reprovamos, “porque não fez isso, se fosse comigo teria freado, ido para o acostamento”, dentro de nós já repudiamos e já bloqueamos, se fechamos ali, se a pessoa falar qualquer palavra da qual irá nos servir, talvez até naquele momento, ou posteriormente, não tivemos a paciência nem de ouvir o depoimento de nosso semelhante, como vamos ouvir a voz do coração, fica difícil.
Ouvir é isso que precisamos estudar pesquisar, lecionar, precisamos investir muito nesse item, parece que no nosso mundo atual somente os psicólogos depois de muitos estudarem conseguem fazer isso a audição faz parte do nosso sistema, só precisamos adapta-la a isso, educar o nosso cérebro nesse sentido.
Deve conhecer alguém que perdeu um membro do corpo, uma perna, ou um braço, perdeu os movimentos do corpo por alguma coisa, acidente ou enfermidade, essas pessoas precisam se adaptarem no seu novo modo de vida, aquele que enxergava por exemplo e que deixou de ver, será um abalo muito grande, precisa conter o avalanche e mesmo sem sua visão continuar sua caminhada, superação vamos colocar assim, anteriormente andava por onde queria, podia ir na padaria, ir onde quisesse e agora na sua nova vida, precisa de que alguém segure na sua mão e o conduza, talvez essa pessoa nunca tenha ouvido alguém, mas agora vai ter que ouvir, é imprescindível que escute os comandos, “degrau, buraco, calçada...”, o outro andava, corria e pulava, mas agora depois de um acidente se movimenta com uma cadeira de rodas, não tem mais os movimentos das pernas, não pode correr mais, nem andar, nem jogar um futebol, precisa se adaptar a sua nova forma de viver, o que mais presenciamos nesse casos, e que quando bate a saudade, uma lágrima rola pelo rosto, o lamento dessas pessoas que antes eram sãs e agora seque ladas.
Estamos falando de fatalidades, existem aqueles casos de negligencia, onde o choro é mais forte, as lágrimas mais abundantes, e não é só a saudade que bate, mas o tardio arrependimento, o arrependimento que só vem depois do fato consumado, ah se pudesse se antecipar, mas ele não pode, sempre vai chegar atrasado, o arrependimento não se une ao tempo, como se não se importasse com as horas, nem o presente, nem o futuro, sempre atuando no passado.
Existe um algo a mais para essas pessoas nessas condições, para chegar novamente de onde pararam, precisam de uma longa caminhada, voltar até aquele ponto onde se deu o fato do qual foi culpado, e com isso perdas irreparáveis, o sofrimento de outro causado por sua imprudência, pessoas assim só vai ter paz quando ouvir da mãe ou do pai daquele que perdeu a vida por consequência do seu ato inseguro, sua loucura que causou a morte de uma pessoa ou mais e a sua deficiência agora, creia que a adaptação será muito mais complicada. Quem sabe em público não demonstre nenhum sentimento, mas na solidão do seu quarto, no deserto dos seus pensamentos e na tormenta da sua vida seus pensamentos serão inundados por imagens e o peso da na sua consciência não dará trégua, e o incomodara.
Por mais que tente esquecer apagar da sua memória, aquilo é como um câncer sem cura, que aparente ter sido curado, mas só está escondido se fortalecendo para vir com mais força ainda.
Um único dedo da mão que perdemos, precisamos de adaptação, colocamos algumas coisas, alguns itens de uma lista sem fim, acredito que ninguém está preparando para um mudança tão repentina, para aquele que perdeu a visão, precisa adaptar agora sua audição porque ela será de certa forma os seus olhos, as vezes leva um tempo para que a pessoa se encaixe na nova vida, tem aqueles que vão morrer e nunca se adaptou a sua deformidade.
Vamos parando por aqui, escutar, ouvir é a forma mais eficiente de aprendizagem, ser um bom ouvinte é um sinal de sabedoria.
Ainda temos muito que ouvir muito que aprender um mundo a ser conhecido e explorado, ainda não conhecemos totalmente a nós mesmos. Hoje estamos felizes e amanhã tristes e nem sabemos o motivo, hoje estamos alegres e amanhã sem motivação e nem imaginamos o causou isso, hoje conseguimos ouvir uma palestra amanhã não conseguimos nem ouvir nosso cônjuge, nem temos ideia do que se trata.
Analise que em nosso derredor ainda há muito que conhecer, há muito a estudar, muito a ser interpretado, muito ainda sem explicação, uma pesquisa que começa quando nascemos e só termina quando morremos.
Eu agradeço mais uma vez por sua presença, por participar, sua opinião é muito importante para nós, é a nossa recompensa, seria bom demais te ouvir, então fale, conte suas histórias, fale das suas experiências, aproveite esse espaço, uma palavra sua pode ter muito efeito na vida de alguém.
Até a próxima, um abraço.

(Claudio Alves de Oliveira)

Aprender, se adaptar 

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