quarta-feira, 3 de novembro de 2021

SAUDADE



SAUDADE


Um sentimento que nos toma, uma dor que predomina.

Alguns dizem que não tem cura, e o tempo não apaga.

Um sentimento tão comum nos seres humanos.

Mas já vi até os animais sofrerem desse mal.

Pela dor desse malvado sentimento.

Sentimento que traduz tanto amargor.

Que traz consigo as vezes o arrependimento.

Que arranca de nós lástimas, poderíamos ter feito mais.

Ou deixei de aproveitar aqueles momentos.

Não abracei quando podia, quando o tempo era favorável.

Para muitos esse sentimento é tão amargo.

Que faz florescer dentro de si o remorso.

Como uma semente que brota e nasce a infelicidade.

Como disse uma vez o Mazzaropi.

"A dor da saudade, quem é que não tem".

Que me perdoem os sertanejos, mas fujerei do foco.

Que tanto inspira sua melodias e poesias.

Existem momentos que paramos e refletimos.

Como as pessoas que põe a mão nos bolsos a procura do que sobrou.

E vasculha entre seus objetos a procura de algo.

Assim dessa forma nessa busca que executamos.

Olhando em todas as direções e depois para dentro de nós.

Acabamos por descobrir que tudo o que temos.

Tudo o que possuímos naquele momento é saudade.

Nada mais nos restou a não ser recordar.

E nossos dias se enchem de lembranças.

Quando esse momento por nós é vivido.

Acabamos por descobrir o quanto frágeis somos.

Como esse sentimento nos fere e machuca.

Parece que um ferida se abriu, a alma foi perfurada.

Ou parte de nós ficou no passado.

Choramos e lamentamos o tempo que se foi.

Os dias felizes que se tornaram tristes.

As horas tão doces que hoje são amargas.

Os momentos mais intenso ficaram para trás.

Aquelas palavras que soava tão macia aos ouvidos.

Hoje susurra tão distante, bem ao longe.

Do brilho do olhar, hoje ofuscado pelas lágrimas.

Ah saudade, tão cruel, como é amargo o teu sabor.

Tem momentos que és como uma lança nos transpassando.

Como uma flor que só sobrou os espinhos.

Tu as vezes rouba de nós o pouco que resta da vida.

É como o mar que não obedece mais os seus limites.

Saudade, tu és como o deserto na vil solidão.

É como a noite sem luar no seu silencio.

Tudo o que se houve são as batidas de um coração dilacerado.

Tudo o que se pode ver é um olhar triste.

Tudo o que se pode olhar é um corpo cansado.

O que não se pode enxergar é uma alma sangrando.

Não existe mais poesia, a inspiração se foi.

Acabou as melodias, não existe mais os acordes.

Tudo o que a saudade deixou, são marcas e cicatrizes.

De um sonho inacabado.

Ah saudade como pode ser tão cruel.

E ao mesmo tempo tão especial.

Tão pura e tão doce, para alguns.

Que provoca o sorriso e a felicidade.

Parece que seleciona as pessoas.

Para alguns e exaltação e outros a decepção.

Sentimento tão nobre e sublime.

Como uma via de duas mãos.

Para outros é amarga como o fel.

Para alguns tão gratificante.

Quer saber que bom que exista.

Afinal o que seria a vida sem saudade.

Se não houvesse lembranças não existiria recordações.

Diria eu na minha ignorancia.

É melhor te-la como aliada do que como oponente.

Mas de fato, é uma dor que não tem como evitar.

Mas é um bálsamo que pode nos aliviar.

É um cálice amargo que temos que tomar.

Mas também é um elixir que nos fortalece.

Enfim, recordar também é viver.

Tem momentos que tudo o que temos é saudade.

Ainda bem que nos sobrou esse sentimento.

Por que existem etapas da vida.

Que vivemos do passado.

Fortalecidos pela recordação.

E consolados pela saudade.

(Claudio Alves de Oliveira)

Saudade



 

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