sexta-feira, 10 de junho de 2022

OBJEÇÃO



OBJEÇÃO

 

Quando a resposta for o silêncio.

Talvez em vez de questionar, estão acusando.

A indagação foi como uma flecha.

O que foi perguntado feriu e machucou.

O assombro deixou pasmo sem reação.

Quem sabe o que ocorre é somente uma crítica.


Quando respondemos com o silêncio.

Calamos os acusadores, até os cães param de ladrar.

O silêncio é como devolver a acusação.

É como dizer ao questionador: responda você.

Na melhor das hipóteses: é você que está dizendo.

Pilatos ouviu assim: tu o disseste.

Nos casos das falácias ele é a melhor resposta.

Nas falsas acusações é a melhor saída.

Alguém pode dizer, quem cala consente.

Nem sempre, porque depende da reação.

Da expressão facial, do comportamento.

A resposta silenciosa tem sua eficácia.

Quando alguém pergunta respondendo.

Persuadindo, ou induzindo àquela resposta.

Muito comum nas manipulações da mídia.

O entrevistador induz o entrevistado.

A responder como ele quer, ou que precisa ouvir.

Faz a pergunta com a resposta pronta.

Quando a pergunta provocar o riso, o sarcasmo.

Apesar de não existir nenhuma palavra.

O sorriso pode estar dizendo: sim fui eu.

E o sarcasmo é a confissão que alguém precisa.

É mencionado algo interrogativo.

Que não é preciso ouvir um sim ou não.

Como dizem, aquele sorriso de deboche diz tudo.

Se pairava uma certa dúvida no ar, foi sanada.

Quando uma pergunta é bem direcionada.

E a resposta for um sim ou um não.

De uma forma muito espontânea.

Sem indecisão, sem nenhuma expressão.

É simplesmente sim ou não, sem titubeio.

Se essa pergunta se tratasse de uma acusação.

A certeza da resposta seria muito convincente.

Nos passa uma impressão muito boa.

No caso de a pessoa ser acusada de alguma coisa.

A sua postura nos mostraria.

Que nem imagina do que está sendo questionada.

O desespero no olhar nos faz entender.

Que aquela pessoa está tentando assimilar.

Tentando entender o que está sendo questionado.

Como se dissesse ou pensasse assim.

Mas, do que eles estão falando.

Isso se projeta no olhar, na postura.

Essa é nossa reflexão.

Conseguimos perceber quando alguém está mentindo.

Nem sempre, mas uma dica é o olho no olho.

A mentira diante da verdade se curva.

A sua força se dissipa, se acaba.

Quando ocorre o confronto os olhos não mentem.

A verdade de alguma forma sempre vence.

Sem nenhuma objeção, sem argumentação.

 

(Claudio Alves de Oliveira)

Objeção


 

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