OBJEÇÃO
Quando a resposta for o silêncio.
Talvez em vez de questionar, estão
acusando.
A indagação foi como uma flecha.
O que foi perguntado feriu e
machucou.
O assombro deixou pasmo sem
reação.
Quem sabe o que ocorre é somente
uma crítica.
Quando respondemos com o silêncio.
Calamos os acusadores, até os cães
param de ladrar.
O silêncio é como devolver a
acusação.
É como dizer ao questionador:
responda você.
Na melhor das hipóteses: é você
que está dizendo.
Pilatos ouviu assim: tu o disseste.
Nos casos das falácias ele é a
melhor resposta.
Nas falsas acusações é a melhor
saída.
Alguém pode dizer, quem cala
consente.
Nem sempre, porque depende da
reação.
Da expressão facial, do
comportamento.
A resposta silenciosa tem sua eficácia.
Quando alguém pergunta
respondendo.
Persuadindo, ou induzindo àquela
resposta.
Muito comum nas manipulações da
mídia.
O entrevistador induz o
entrevistado.
A responder como ele quer, ou que
precisa ouvir.
Faz a pergunta com a resposta
pronta.
Quando a pergunta provocar o riso,
o sarcasmo.
Apesar de não existir nenhuma
palavra.
O sorriso pode estar dizendo: sim
fui eu.
E o sarcasmo é a confissão que
alguém precisa.
É mencionado algo interrogativo.
Que não é preciso ouvir um sim ou
não.
Como dizem, aquele sorriso de
deboche diz tudo.
Se pairava uma certa dúvida no ar,
foi sanada.
Quando uma pergunta é bem
direcionada.
E a resposta for um sim ou um não.
De uma forma muito espontânea.
Sem indecisão, sem nenhuma
expressão.
É simplesmente sim ou não, sem
titubeio.
Se essa pergunta se tratasse de
uma acusação.
A certeza da resposta seria muito
convincente.
Nos passa uma impressão muito boa.
No caso de a pessoa ser acusada de
alguma coisa.
A sua postura nos mostraria.
Que nem imagina do que está sendo
questionada.
O desespero no olhar nos faz
entender.
Que aquela pessoa está tentando
assimilar.
Tentando entender o que está sendo
questionado.
Como se dissesse ou pensasse
assim.
Mas, do que eles estão falando.
Isso se projeta no olhar, na
postura.
Essa é nossa reflexão.
Conseguimos perceber quando alguém
está mentindo.
Nem sempre, mas uma dica é o olho
no olho.
A mentira diante da verdade se
curva.
A sua força se dissipa, se acaba.
Quando ocorre o confronto os olhos
não mentem.
A verdade de alguma forma sempre
vence.
Sem nenhuma objeção, sem
argumentação.
(Claudio Alves de Oliveira)
Objeção
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