PROCURANDO UMA SAÍDA
Haverá dias em nossa jornada que tudo o que precisamos é um lugar ao sol.
Sair um pouco do esquecimento, ser lembrado pelas pessoas que nos rodeiam, o tempo passa e deixa a impressão de que não fazemos falta, que não existimos dentro de um certo cronograma.
Deixamos de ser importante, algo aconteceu, um fato, um evento talvez tão discreto, mas quando nos demos conta já estávamos distantes. Como se dormíssemos e quando acordássemos fomos separados pela distância. A sensação que fica e que deixamos de ser alguém.
E assim isolados passamos a viver, o começo sempre é uma novidade e nessa empolgação acabamos por se enganar, porque a princípio pensávamos que conseguiríamos, mas em um momento a saudade, as lembranças começam a incomodar, e somos cercados pela tristeza e a solidão começa a corroer, destruir-nos de dentro para fora, como uma implosão.
O desprezo é como uma chaga, como uma ferida, que começa com uma dor insignificante, que não damos a atenção, mas um dia somos levados a um especialista devido a uma piora, e muitos de nós, se depara com três situações, o médico faz o procedimento nos abre e seu diagnóstico pode ser assim: está no começo será um tratamento simples, em outro caso, está bem avançado nós vamos tentar com tratamentos, remédios, quimioterapia, radioterapia, mas pode ser que não resolva, todavia vamos tentar, e o terceiro caso é aquele que o médico abre o paciente e fecha chama a família e dá a triste notícia, está muito avançado a medicina nada pode fazer, levem para casa porque não existe mais tratamento, nem remédios, a morfina vai ajudá-lo nesses seus últimos momentos é tudo o que podemos fazer.
O último estágio do desprezo é a depressão, para muitos não tem volta.
O desprezo pode ser comparado com uma chaga que vai nos consumindo aos poucos e o desespero se torna aparente, pois já no oculto nos perturbava, e a amargura é como um rio de correnteza que nos arrasta e vai tirando de nós o ar que respiramos.
Vai existir dias longos e noites intermináveis.
Nosso desejo em uma noite é que nunca terminasse e o dia nunca viesse pela manhã.
E dias que gostaríamos que nunca terminasse.
E quando sonhamos com dias melhores, como queríamos que esse sonho não terminasse, que o dia não surgisse e o sol não despontasse no horizonte, nem a noite chegasse afastando o sol e escondendo seu brilho, nesse momento como gostaríamos que não existisse mais o hoje nem o amanhã.
Mas o hoje, não falha, e traz com ele o dia, e podemos observar o seu clarão na montanha e aos poucos bem devagar o sol vai se colocando ao nosso dispor, com seus raios que vão se encontrando com o orvalho na relva e cada gota desse orvalho vai molhando a terra no seu degelo, os pássaros fazem uma grande algazarra, muitos animais nesse momento param para contemplar ou serem gratos por mais um dia de vida, um ciclista na rodovia para o seu exercício, para registrar esse momento, apreciar esse hora.
Mas esse momento para o desprezado, só mostra o deserto que se encontra, sozinho e sem ninguém para conversar, trocar umas palavras, conversa com as plantas ou com o vento, mas não tem nenhuma resposta, o cachorrinho responde abanando sua calda, mas não é o suficiente ainda.
Como dói o esquecimento, como nos fere o desprezo, e como nos machuca a solidão.
Quem dera o sorriso fosse o nosso e as lágrimas fossem da chuva.
Quem dera a saudade nos trouxesse um pouco de alegria e as lembranças bons momentos.
Quem dera a correnteza do rio nos jogasse na margem ou numa ilha, parasse de nos bater nas pedras e nos arrastar para o fundo.
Se pudéssemos voltava no passado, teria evitado, ainda que fossemos humilhados seria melhor do que esses dias amargos.
Essa é a nossa reflexão, vivemos dias difíceis pela sobrevivência, quando olhamos para a multidão isso se torna bem claro, cada um preocupado consigo mesmo, a pressa no andar nas praças da cidade, ou no trânsito todos sempre com pressa, nas igrejas como se fosse cumprir um protocolo, a verdade é que essa geração não tem mais tempo para observar, analisar e muito menos se preocupar com o seu semelhante, não que isso seja de modo generalizado, mas digamos uns 70% vivem dessa forma, as circunstância, a localidade, o aumento da violência nas regiões urbanas, tudo tem sua justificativa, numa dos morros cariocas as pessoas andam pelas ruas com medo, nos grandes centro da mesma forma, nas zonas de conflito, em muito lugares é o cuidado pela própria existência.
Poderíamos até colocar que tudo isso abordado não faz sentido quando confrontamos com essa realidade, no entanto se a pessoa está com um pé no abismo e outro em terra firme, com essa atitude estaríamos acabando de empurrar, não é esse o objetivo, primeiro precisamos fazer com que as pessoas esteja com os dois pés em terra firme e depois muito seguro, talvez apresentamos esse outro lado.
O importante é fazer com que sente assim encontre o seu caminho, a luz do fim do túnel, o ser humano são semelhantes mas tão diferentes ao mesmo tempo, a solidão pode incomodar alguns, porém outros a preferem a abraçam se deixam dominar por ela e não sabem viver de outra forma, como se o desprezo não o afetasse, ou talvez seja o contrário, quem desprezou foi a própria pessoa e agora no seu ego, voltar atrás e se retratar está fora de cogitação.
De qualquer ou culpado ou inocente, essas palavras não são para condenar, muito menos reprovar, o intuito será sempre a ajuda, que essa reflexão seja sua companhia nos seus momentos de solidão, que essas palavras possam ser sua amiga no momento do desprezo, uma saída para uma amanhã melhor, só quero concluir é que não é compreendido, nessas poucas linhas esboçamos esse sentimento, que ninguém pode dizer o que é, e como é, a não ser quem realmente passo por isso.
É isso espero que encontre a saída, que ache o caminho de volta, que encontre a margem do rio ou uma ilha, todos tem o direito de um lugar ao sol, nesse momento você é a pessoa mais importante deste mundo, desse planeta, então saia do anonimato, saia da solidão, saia do desprezo.
O dia, o hoje é o momento, depende de você somente.
DEUS abençoe o seu dia o seu momento o seu agora.
(Claudio Alves de Oliveira)
Procurando uma saída
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