quarta-feira, 21 de dezembro de 2022

A POESIA SE DECLARA AO POETA



A POESIA SE DECLARA AO POETA

Eu sou o elo que te liga a inspiração.

Caminho pelo deserto sem pressa.

Pois o sol e a areia não me afetam.

Não tenho sede nem fome, nem calor nem frio.

Te levo pela fenda do tempo.


Conduzo-te por caminhos inexploráveis.

Estou além da sua imaginação.

E desvendo os mais ocultos sentimentos.

Através dos versos e prosas.

Mas em certos momentos.

Não posso ir além do teu olhar.

Até parece que careço da sua atenção.

Sou a essência da sua excelência.

Posso te ver e te olhar a todo momento.

Te vejo olhando o sol procurando a chuva.

Olhando a noite a procura do dia.

Não me farto dos seus sonhos.

Nem me estresso com seus pensamentos.

Me envolvi nos seus anseios.

Nós nos tornamos muito íntimos.

Até parece que somos apenas um.

Eu sofro quando não me procura.

Quando lhe falta as palavras.

Quando não se esforça para escrever.

Quando se entrega ao desânimo.

Se justifica na falta de inspiração.

E pensas que não há mais nada a dizer.

Não existe mais versos, nem pensamentos.

Que a poesia acabou, o poema cessou.

Você se esquece que as palavras são vivas.

São interpretativas, as vezes discretas.

Tem palavras que dependem do tempo, da hora.

Tem aquelas que só fazem sentido se existir uma ação.

Tem outras que dependem do passado.

Tem aquelas que só fazem sentido no futuro.

Existem palavras que só serão compreendidas na guerra.

Outras na paz, na alegria ou na tristeza.

Eu te perdoo, mas me deixe triste.

Quando coloca barreiras entre nós.

Um cria um muro de separação.

Vou te dizer uma coisa.

Uma frase que alguém leu ontem.

Pode ser entendida de uma forma.

Se ela for lida agora, pode ser bem diferente.

Se alguém lê-la amanhã.

Terá um entendimento ainda maior.

Lamento te dizer, mas para você.

Não tem nada que justifique o seu desanimo.

Estou aqui onde sempre estive.

Do seu lado, pega a caneta, ou o teclado.

E basta começar a escrever, ou digitar.

Eu sei fazer o meu papel.

Eu sou a percepção da sua prioridade.

Eu sou uma das primícias da existência.

E sei que o seu tempo é curto.

Que um dia você vai me deixar.

E não terei mais sua companhia.

Claro que sentirei sua falta.

E deixará de existir.

Mas vou garantir a você uma coisa.

Os poetas se vão, mas a poesia não morre.

Os anos vão passar, séculos até milênios.

O seu nome fará parte da história.

Tudo o que escreveu será luz para alguém

Que entenebrecido se envolveu nas trevas.

Um despertar para os que estão pasmos.

Um farol para os que não encontram a costa.

Um degrau na escada de um sonhador.

Ou a chave de um baú de mistérios.

Dos segredos guardados durante o tempo.

Pode ser o fim de uma guerra.

Todas os seus versos e prosas.

Serão usados por alguém.

De alguma perspectiva ou expectativa.

A esperança aos que nada mais lhe resta.

O sonho concretizados dos que deixaram de acreditar.

Nada justifica o seu desanimo.

Nem tente questionar.

Então! Vamos em frente.

Sem essa de dizer que é humano.

Eu sou a poesia e você é o poeta.

Eu sou as palavras e você a caneta.

Eu sou os versos e prosas e você o articulador.

Aproveite seus dias, escreva.

Aproveite a minha companhia.

Eu sou a rudimentar a sua existência.

Mas sou frágil quanto a sua ausência.

A poesia nunca morre, é eterna.

Mas os poetas…

(Claudio Alves de Oliveira)

A poesia se declara ao poeta









 

6 comentários:

Anônimo disse...

Deus abençoe grandemente!

Anônimo disse...

Indiao pessoa incrível parabéns pelas palavras

claudio movie disse...

Amém minha gratidão por tudo

claudio movie disse...

Imensamente grato pelas palavras Deus abençoe imensamente por se lembrar de nós.

Anônimo disse...

Lindo porém pouco triste 😢 meu poeta favorito Izabely.

Anônimo disse...

Ótimas reflexões, como sempre, parabéns, deveria escrever um livro.