UM DIA
Quando a solidão for maior que a saudade e
não existir mais o que recordar.
Quando as lágrimas forem maiores que o
choro, ou quando não existir mais razões para chorar.
Quando não houver nada a dizer e as
palavras não forem mais possíveis a nós.
Quando as montanhas não puderem serem mais
escaladas.
E o sol deixar de aquecer a terra e a lua
deixar de brilhar.
Quando no firmamento não existir mais
estrelas, nem existir nenhuma constelação.
Quando os verdes das matas e o som das águas
não mais existir.
O barulho das asas das aves cessarem e o
seu canto nunca mais se ouvir.
As melodias cessarem, aquelas canções que
nos alegra e aquelas que nos aborrecem.
Os pingos de chuva não molharem mais a
terra nem regar relva.
Quando não existir mais manhã, nem a noite nos
afetar pela escuridão.
A expectativa de um novo amanhecer for
apenas um lapso de memória.
O som dos veículos e barulhos de passos e
conversas nas calçadas forem extintos.
A face dos amigos e vizinhos não for mais
possível visualizar.
Enfim quando nada mais for possível de se
realizar, nem andar, nem chorar, nem observar.
Não parece nada de mal em tudo isso, essas
palavras, parece um sonho.
Ou que estamos num quadro de enfermidade,
em coma num hospital.
Não se trata disso, se trata de um outro
tempo, realmente quando acordar do sono.
Não tente se perguntar, quanto tempo passou
ou qual dia estás.
Não se preocupe mais com os anos, meses e dias.
Não se preocupe mais com o calor, ou com a
chuva, com os ventos.
Com as estações do ano ou com o frio., com
as horas.
Esqueça as contas, as dívidas, esqueça a
tecnologia.
Não se preocupe mais com tua casa, sua
família e seus amigos.
Vai existir alguns rostos conhecidos e
outros que nunca vistes.
Alguns de que ouviste falar, mas que viveram
há séculos atrás.
Apenas olhe contemple, o mar já mais
existe, o primeiro céu e a terra já passaram.
Lembra do Salmos 91, recorde ele, parte
dele era terreno e outro celestial.
“Aquele que habita no esconderijo da
Altíssimo, a sombra do Onipotente descansarás”.
Já descansou a sombra do Onipotente, e o
momento de acordar.
E começar uma nova vida, onde a matéria não
mais existe.
Agora está habitando no esconderijo do
Altíssimo.
Acorda existe uma eternidade pela frente.
Há muito para se fazer, tudo ficou para
trás.
Não vai existir mais lágrimas, muito menos
dor.
Nem angustia, nem sofrimento, nem tristeza.
Será somente alegria, uma alegria que nunca
mais terminará.
(Claudio
Alves de Oliveira)
Um dia
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