quarta-feira, 16 de setembro de 2020

SILÊNCIO


SILÊNCIO


Existem momentos em nossas vidas que o silêncio é a melhor resposta que temos, dependendo da ocasião é o que nos completa ou aquela resposta que elucida nossa dúvida.

Existem muitas formas e maneiras de avaliarmos o silêncio, de enxergarmos a sua eficácia, aliás esse é a arma mais eficaz contra a incoerência, o desrespeito e a ignorância.

O silêncio que faz aquele que está exaltado refletir, e obriga a mudança de comportamento de quem está estressado ou revela a violência oculta dentro de um ser, o seu lado obscuro, o efeito do silêncio pode causar uma situação de calma ou provocar uma tempestade, a quem diga que uma reposta silenciosa se trata de algo como se fosse um chamado ou uma ativação.

Muitos se enganam por achar que o silêncio se trata de um vazio, há muito o que ser analisado no silêncio, extrair desse momento conclusões, esclarecimentos, certezas.

A interpretação do silêncio e fantástica e profunda, na música por exemplo, o sinal de silêncio e as pausas, tem que serem ouvidas durante a execução, existe um respeito muito grande por parte dos músicos, nesse momento não pode existir nenhum som, sem barulho, podemos dizer que se trata de uma técnica.

Durante um debate os intolerantes interpretam o silêncio como falta de argumento e que os levam a pensar que supostamente estão com a razão, ou que ganharam o debate, e nem se dão conta de uma antiga verdade “basta o meu silêncio contra a sua ignorância”, isso é usada quando o debate de ideias chega ao fim, e o que se tem em seguida é deboche, provocação ou contradições, esse é o momento do sábio se calar e deixar o silêncio falar por ele.

Diante da justiça o réu que opta pelo silêncio, assume a culpa? Nem sempre isso procede, alguma coisa difere nesse julgamento, ou analise, o acusado opta que o advogado fale por ele podemos ver de duas formas, a simplicidade da pessoa ou a técnica da pilantragem, o acusado por se tratar as vezes de um corrupto, tenta ludibriar a justiça com palavras técnicas, e um profissional tentando encontrar brechas na lei, o Brasileiro está acostumado a ver isso.

A velha máxima entra em jogo “quem não deve não teme”, e isso é muito visível, num depoimento por mais mentiroso que seja o acusado mesmo em silêncio em algum momento a sua expressão corporal vai denunciá-lo.

Como disse, o silêncio traz muitas coisas a tona, segredos e conclusões, alguns julgamentos são concluídos pelo silêncio do réu no seu comportamento e expressão corporal, tivemos um caso famoso de um jogador de futebol, goleiro do flamengo que foi acusado de assassinato, porém não existia o cadáver, ou melhor, não foi localizado, durante a audiência a promotoria fez uma colocação, na qual dizia que a suposta cadáver poderia entrar pela porta da frente na audiência, todos olharam para a porta de entrada, menos o réu esse sabia que isso era impossível, o seu silêncio o condenou.

Diante da intolerância nos calamos, e em coisas inevitáveis, como um certo JESUS CRISTO também se calou diante dos seus acusadores, como sabemos a sua missão na terra teria que passar pelo que passou, quando Pilatos insiste em que ELE fale, até questiona que dependia do que ELE falasse para salvá-lo da morte, mas ai era preciso responder “nada poderia fazer se do Alto não te fosse concedido”, ou seja, nesse caso se tratava de algo inevitável nenhum homem poderia mudar os acontecimentos.

O direito ao silêncio nos é garantido até mesmo pela própria lei do país: O direito de permanecer em silêncio é um direito subjetivo constitucionalmente reconhecido (art. 5º., LXIII, CRFB e art. 186, parágrafo único, CPP) a toda pessoa que se veja processada criminalmente. Ao longo da história o silêncio foi consagrado como exercício de defesa.

Em certos momentos o silêncio vale mais que mil palavras, apesar de muitos interpretarem como provocação, mas deixar que o silêncio fale por nós se trata de um ato de muita sabedoria.

Agradeço sua presença em mais esta oportunidade, minha gratidão.

E aqui o seu silêncio não serve, por favor fale, ou melhor escreva.


(Claudio Alves de Oliveira)

Silêncio



 

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