O CASAMENTO
Não
tenha grandes ambições, nem deseje o mundo inteiro.
Não
tenha prazer na injustiça, nem firme os seus passos na mentira, nem construa
sua casa na areia.
Aquilo
que começa errado tem um destino impreciso.
O
que começa impróprio tem um fim condenável.
A
fortaleza precisa de muros altos, paliçadas e muitas torres.
Muito
guarda de vigia.
Seu
alicerce profundo e resistente.
Tudo
deve ser planejado perfeitamente.
O
muro precisa ser forte para resistir às investidas do inimigo e alto para que
ninguém escale.
O
portão resistente ao fogo e grandes impactos.
Se
for construído na areia, mesmo resistindo a tudo.
Qualquer
um cavaria um túnel e a tomaria.
Assim
deve ser um casamento, bem edificado, bem alicerçado.
Suas
colunas de sustentação devem ser profundas, fundidas na rocha.
Todo
o alicerce e as paredes firmes e resistentes.
Quem
arquitetar um casamento deve utilizar materiais que durem muito tempo.
Uma
verdade que não aceita a mentira.
A
luz que rejeite as trevas.
O
certo que não concorda com o errado.
O
bem que repudia o mal.
O
amor que não de lugar ao ódio.
A
fé que apague a incerteza.
E
a esperança que nunca morra.
Como
a fortaleza o casamento será atacado, será combatido.
Será
testado ao limite, será provocado.
Vai
ser usado o fogo, a água, vão existir ventos e tempestades.
Vai
haver propostas e tentativas de invasão.
Como
se do lado de fora do muro existissem muitos inimigos.
Esperando
a hora, uma brecha, um deslize, uma falha, um esquecimento.
Uma
janela aberta ou uma porta.
Um
buraco na parede ou uma telha quebrada.
Um
pequeno espaço por onde seria lançado algum veneno.
O
ciúme é como a ferrugem que aos poucos vai corroendo a estrutura.
Os
laços de amor vão sendo contaminados com a desconfiança.
E
aquela construção que duraria 60 anos, só dura alguns anos, meses e dias.
Momentos
de alegria e felicidade se transformam em discórdia e ódio, levando a
separação.
Como
é embaraçoso contemplarmos uma fortaleza destruída.
Uma
relação interrompida, um laço de amor danificado e uma família assolada.
Uma
promessa de que só a morte nos separe é interrompida.
Argumentada
em coisas banais e mais sérias.
Gênio,
costumes, gosto e manias.
Interferência
de parentes, dívida e saúde.
Mudança,
emprego e amizades.
A
bebida e as drogas e a violência.
Não
vamos colocar a traição, porque muitos traem para se casar.
Poucos são os que se casam e traem.
Toda
a estrutura do casamento precisa existir amor.
O
fundamento no amor, as paredes e o alicerce construída no amor.
A
cobertura como um cinturão de amor.
Sorrir
todos os dias, abraçar, dizer “eu te amo”.
Ouvir
e sentir são como brasas que alimentam o fogo.
Um
fogo que não pode apagar tem que ser cuidado.
Sempre
devem existir as chamas, que consomem os laços do ciúme.
Que
queimam e afasta a desconfiança.
Talvez
não tenha riqueza nem tesouros.
Nem
um palácio, nem uma mansão.
Nem
um carro do ano, nem fazenda, nem gado.
Nem
jantares caros e viagens em grande estilo.
Talvez
não tenha isso, mas tenha muita dignidade.
Tenha
muito caráter e honestidade.
Tenha
muito amor capaz de superar todas as adversidades.
O
desemprego, a enfermidade, o luxuria e a pobreza.
Saber
falar e evitar uma discussão sem precedentes.
Eu
sei ainda há muito que aprender, há muito que fazer.
Existem
muitas coisas para alcançar e situações para enfrentar.
Mas
não quero fazer sozinho, preciso de companhia.
Sempre
unidos, sempre juntos, sempre amando e sendo amado.
Assim
é o casamento construído na rocha.
Preciso
terminar, para uma poesia ficou grande.
Para
um texto pequeno demais.
Para
um pensador ficou sem fundamento.
Para
um especialista uma perda de tempo.
Para
um intelectual, apenas palavras.
Esse
é um sentimento, não é poesia.
Não
é um texto, nem um soneto.
Muito
menos uma tese, ou dissertação.
Apenas
sentimento.
Antes
de terminar preciso perguntar, mas não me responda.
Responda
para você mesmo.
Seu
casamento está fundado no que?
No
amor ou no ódio.
No
interesse, ele era rico ou ela.
Apenas
pela fisionomia, muita presença.
Foi
um casamento arranjado, negócios.
Ou
foi o medo de ficar sozinho.
Um
deslize uma gravidez não programada.
O
que te uniu ao seu cônjuge.
Se
vier de uma união assim, precisa saber o que é o amor.
Precisa
encontrar o amor ainda.
Feliz
é aquele que amou antes, ama agora e amará no amanhã.
O
casal respira o mesmo ar, os dois corações bate como se fossem um só.
Os
dois pensam iguais, agem iguais, usam da fala da mesma voz.
Um
não vive sem o outro, é capaz de cumprir com aquela promessa.
Te
amarei até que a morte nos separe.
(Claudio Alves de Oliveira)
O Casamento
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