domingo, 5 de fevereiro de 2017

O CASAMENTO



O CASAMENTO
Não tenha grandes ambições, nem deseje o mundo inteiro.
Não tenha prazer na injustiça, nem firme os seus passos na mentira, nem construa sua casa na areia.
Aquilo que começa errado tem um destino impreciso.
O que começa impróprio tem um fim condenável.
A fortaleza precisa de muros altos, paliçadas e muitas torres.
Muito guarda de vigia.
Seu alicerce profundo e resistente.
Tudo deve ser planejado perfeitamente.
O muro precisa ser forte para resistir às investidas do inimigo e alto para que ninguém escale.
O portão resistente ao fogo e grandes impactos.
Precisa ser construído na rocha, em cima da pedra.
Se for construído na areia, mesmo resistindo a tudo.
Qualquer um cavaria um túnel e a tomaria.
Assim deve ser um casamento, bem edificado, bem alicerçado.
Suas colunas de sustentação devem ser profundas, fundidas na rocha.
Todo o alicerce e as paredes firmes e resistentes.
Quem arquitetar um casamento deve utilizar materiais que durem muito tempo.
Uma verdade que não aceita a mentira.
A luz que rejeite as trevas.
O certo que não concorda com o errado.
O bem que repudia o mal.
O amor que não de lugar ao ódio.
A fé que apague a incerteza.
E a esperança que nunca morra.
Como a fortaleza o casamento será atacado, será combatido.
Será testado ao limite, será provocado.
Vai ser usado o fogo, a água, vão existir ventos e tempestades.
Vai haver propostas e tentativas de invasão.
Como se do lado de fora do muro existissem muitos inimigos.
Esperando a hora, uma brecha, um deslize, uma falha, um esquecimento.
Uma janela aberta ou uma porta.
Um buraco na parede ou uma telha quebrada.
Um pequeno espaço por onde seria lançado algum veneno.
O ciúme é como a ferrugem que aos poucos vai corroendo a estrutura.
Os laços de amor vão sendo contaminados com a desconfiança.
E aquela construção que duraria 60 anos, só dura alguns anos, meses e dias.
Momentos de alegria e felicidade se transformam em discórdia e ódio, levando a separação.
Como é embaraçoso contemplarmos uma fortaleza destruída.
Uma relação interrompida, um laço de amor danificado e uma família assolada.
Uma promessa de que só a morte nos separe é interrompida.
Argumentada em coisas banais e mais sérias.
Gênio, costumes, gosto e manias.
Interferência de parentes, dívida e saúde.
Mudança, emprego e amizades.
A bebida e as drogas e a violência.
Não vamos colocar a traição, porque muitos traem para se casar.
 Poucos são os que se casam e traem.
Toda a estrutura do casamento precisa existir amor.
O fundamento no amor, as paredes e o alicerce construída no amor.
A cobertura como um cinturão de amor.
Sorrir todos os dias, abraçar, dizer “eu te amo”.
Ouvir e sentir são como brasas que alimentam o fogo.
Um fogo que não pode apagar tem que ser cuidado.
Sempre devem existir as chamas, que consomem os laços do ciúme.
Que queimam e afasta a desconfiança.
Talvez não tenha riqueza nem tesouros.
Nem um palácio, nem uma mansão.
Nem um carro do ano, nem fazenda, nem gado.
Nem jantares caros e viagens em grande estilo.
Talvez não tenha isso, mas tenha muita dignidade.
Tenha muito caráter e honestidade.
Tenha muito amor capaz de superar todas as adversidades.
O desemprego, a enfermidade, o luxuria e a pobreza.
Saber falar e evitar uma discussão sem precedentes.
Eu sei ainda há muito que aprender, há muito que fazer.
Existem muitas coisas para alcançar e situações para enfrentar.
Mas não quero fazer sozinho, preciso de companhia.
Sempre unidos, sempre juntos, sempre amando e sendo amado.
Assim é o casamento construído na rocha.
Preciso terminar, para uma poesia ficou grande.
Para um texto pequeno demais.
Para um pensador ficou sem fundamento.
Para um especialista uma perda de tempo.
Para um intelectual, apenas palavras.
Esse é um sentimento, não é poesia.
Não é um texto, nem um soneto.
Muito menos uma tese, ou dissertação.
Apenas sentimento.
Antes de terminar preciso perguntar, mas não me responda.
Responda para você mesmo.
Seu casamento está fundado no que?
No amor ou no ódio.
No interesse, ele era rico ou ela.
Apenas pela fisionomia, muita presença.
Foi um casamento arranjado, negócios.
Ou foi o medo de ficar sozinho.
Um deslize uma gravidez não programada.
O que te uniu ao seu cônjuge.
Se vier de uma união assim, precisa saber o que é o amor.
Precisa encontrar o amor ainda.
Feliz é aquele que amou antes, ama agora e amará no amanhã.
O casal respira o mesmo ar, os dois corações bate como se fossem um só.
Os dois pensam iguais, agem iguais, usam da fala da mesma voz.
Um não vive sem o outro, é capaz de cumprir com aquela promessa.
Te amarei até que a morte nos separe.





(Claudio Alves de Oliveira)
O Casamento



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