Da minha janela
De uma pequena abertura numa parede.
Pode parecer algo tão simples.
No entanto, é algo tão profundo e complexo.
Assim um mestre da informática nomeou seu invento.
Uma janela para o futuro.
A porta se abre e passamos.
Mas a janela se trata de outra determinação.
Não precisamos nos mover é um ponto estratégico.
DA MINHA JANELA (Acesse para o conteúdo em vídeo)
Diante de situações difíceis esperamos uma janela se abrir.
E com ela um leque de opções se define.
Nos trazendo inúmeras condições de solucionar a dificuldade.
Vamos para algo mais profundo.
Através da janela vi a vida passar.
As pequenas árvores cresceram se tornarem figueiras.
Dali daquele ponto observava.
Quando as primeiras gotas da chuva se despencava do auto.
Se chocando com qualquer coisa quebrando suas moléculas.
Formando outras gotículas menores.
Em um ninho de pássaros vi uma asa se abrindo.
Cobrindo os filhotes tentando os proteger da chuva.
Em outro lugar vi as flores que pareciam agradecerem.
Pequenos arbustos que esboçavam um sorriso.
Em uma árvore, passarinhos pareciam conversarem.
Os céus azul deixou espaço para as nuvens.
Se retraiu para o mais profundo azul.
E a chuva se intensificou molhando a terra.
Penetrando no solo tocando uma pequena semente adormecida.
Que logo germinou e seu broto procurou um caminho.
Até a superfície para sentir o sol.
Da minha janela observei.
Que algumas plantas precisam de cuidados.
Mas existem aquelas que parecem independentes.
Nasce em paredes, no meio das pedras.
Sobrevivem próximo do asfalto, nas calçadas.
São resilientes, resistentes, com vontade de viver.
Da minha janela pode ver.
Uma pequena ave que construía seu ninho.
Amassando o barro e moldando.
Vi um pequeno beija-flor colhendo o polem das flores.
Algumas abelhas no seu intenso trabalho de polinização.
Da minha janela vi a crianças crescerem.
Se tornarem adultas, casarem e terem filhos.
Mas tristemente não consigo ver mais alguns.
Esses deixaram de existirem, terminaram os seus dias.
Alguns muito cedo partiram, outros com mais idade.
Também vi aqueles que se doaram pelo seu próximo.
Mas também vi aqueles que não se importam.
Vivem apenas por si mesmo, amante de si mesmo.
Mas vi pessoas que se importam com as demais.
Que mesmo sem ações, no oculto buscam os céus.
Em favor daqueles indefesos e infelizes.
Da minha janela vi o nascimento e o fim.
Observei atividades geológicas.
Pequenos abalos que se intensificaram.
Placas tectônicas se chocando liberando a magna.
Atividades vulcânicas então se inicia.
Vi quando a fumaça começa seu trabalho.
Liberando fuligem na atmosfera.
O calor intenso derretendo as rochas.
O rio de larvas começa a descer a montanha.
Ou dentro do oceano formando uma cadeia de montanha.
Até que naquele pedaço do mar uma porção seca surge.
Vi da minha janela uma ilha sem formação.
No princípio somente rocha.
Então os pássaros começam a trazer sementes.
E logo nascem as primeiras plantas.
Animais marinhos fazem daquele lugar seu refúgio.
Pude ver de um lugar inóspito.
A fauna e a flora iniciar um ciclo.
Na terra vi as larvas destruírem lugares.
Antigas cidades deixaram de existirem.
E outras no futuro também só serão uma marca.
Partes da história que um dia será contada.
Da minha janela pude ver tantas coisas.
Algumas que impressionam, outras que assustam.
Até coisas que nos entristecem e outras que nos alegram.
As ideias de homens perversos.
Algumas virando leis e outros sistemas.
Vi o caos sendo usado como propósito.
A fome como controle das pessoas.
A falta de conhecimento um ideal.
E a mentira como a base de todo o processo.
Da minha janela vi os corruptos maquinarem o mal.
Criminosos sendo tratado como inocentes.
E inocentes tendo que pagar pela sua inocência.
Pude observar uma revolução cultural.
Uma reengenharia social, o sonho de ditadores.
Vi o tempo passar da minha janela.
Esperando que o tempo abrisse uma fenda de esperança.
Quando tudo parecia impossível.
Quando as forças se foram e as portas se fecharam.
Quando o sol deixou de brilhar e a lua iluminar.
Quando a nossa companhia era a solidão.
Quando a distância era tudo o que tínhamos.
Quando a canção da alegria se tornou tristeza.
Quando a poesia virou agonia.
Quando o silêncio se tornou ensurdecedor.
Quando os minutos se tornaram horas.
E as horas viraram dias, e dias se tornaram anos.
Mas depois da longa espera.
Por uma pequena fresta a janela deixou de ser ingrata.
E aos poucos foi permitindo a entrada da luz.
Até que as trevas perderam suas forças.
E a luz da esperança voltou a brilhar.
Naquele dia vi o sol sorrindo.
E a chuva nem pediu licença fez companhia ao sol.
E a lua curiosa e parecia se aproximar.
E os papéis se inverteram.
Os astros e estrelas queriam se aproximar da janela.
A espera foi longa e quase roubou a certeza.
As dificuldades que surgiram tentavam esconder a esperança.
Os obstáculos que se apresentavam.
As adversidades lutaram para que a janela se fechasse.
Mas o som da melodia em seus acordes.
Demonstra a beleza da poesia em seus versos.
Nos trazendo para próximo, longe do esquecimento.
Cada letra, cada palavra parece ter vida.
Olhando para o tempo, o agora, as horas os dias.
Passam rápidos demais.
Sei que um dia deixarei de ser o expectador.
E a abertura da parede, vai continuar.
Talvez outros e outros serão os apreciadores.
Assim como fui enquanto eu vivi.
A janela, a fenda do tempo vai continuar.
Oferecendo oportunidades, esperança.
E um meio de ver o mundo de forma diferente.
De entender as ocasiões de outra perspectiva.
Autor:
(Claudio Alves de Oliveira)
Da minha janela
Um comentário:
Que lindo, irmão Cláudio Alves. Whow. Meu poeta favorito 👏👏👏
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