domingo, 11 de outubro de 2020

BUSCANDO SE MOTIVAR


BUSCANDO SE MOTIVAR


Talvez hoje não seja um dia para escrever, uma das razões é a falta de inspiração ou pode ser incompetência, qualquer colocação neste momento serve.

Quando nos sentimos para baixo, com aquela vontade de andar de cabeça baixa, responder o mínimo possível de preferência que ninguém nos perguntasse nada, ou não questionasse qualquer assunto, bem assim dessa forma que as vezes nos encontramos.

Nesses momentos não existem argumentos, palavras que nos auxilie, cada momento se difere do outro, em outras ocasiões um simples “bom dia” já resolvia, um aceno com a mão ou um sorriso bastaria, mas agora isso não faz efeito, não causa nenhum impacto.

Conselhos e palavras não são ouvidos, ou melhor, ignoramos, nem o grito pode ser ouvido é só o silêncio ensurdecedor a nossa volta, caminhamos a esmo, não há uma direção, nem um rumo, como se não existisse um destino.

Me recordo de um amigo que foi expulso de sua casa por um motivo religioso, e com uma sacola nas costas contendo seus pertences foi obrigado a deixar para trás seu lar, sua família que o rejeitará, ainda jovem, saiu pelas ruas de Taubaté nossa cidade, sem destino, sem rumo com a intenção de andar até que não pudesse mais, suas forças se acabassem, mas os planos de DEUS são um e do homem é outro, e nessa caminhada uma família o acolheu, esse homem nos anos 90 teve um papel fundamental na minha vida, um presente dele me ajudou a atravessar de certa forma quase que a mesma situação que ele passou.


Quando chegamos no nosso limite, comparamos com o fim de uma estrada ou uma trilha que termina de frente a um cânion, ou uma montanha que não pode ser escalada, não temos mais para onde ir, ainda que em nós há forças físicas para continuar muito caminhando, mas de certa forma nossas caminhos foram cercados, estamos no limite do mundo, se assim pudéssemos chegar lá, mais um passo e cairíamos no abismo.

Como foi possível nós, nos enganar conosco mesmo, traídos por nossos próprios sentimentos, ou enganados por decisões que aos nossos olhos parecia ser o melhor para o momento, escolhas impensadas, em certas etapas da vida encontramos na solidão um refúgio, mas o tempo nos mostra o quanto estávamos errado, e agora tão distantes, só temos por companhia a solidão que não responde as nossas perguntas, que não nos questiona nem nos corrige, compreendemos que a distância é um obstáculo terrível, está além o que imaginávamos, sem ter para onde ir, nem o que fazer, não tem como voltar, os dias felizes vão se tornando lembranças, e logo será como a penumbra, um pouco de luz e um pouco de escuridão.

E nas trevas que se aproxima tudo se torna um vazio, não há mais vozes, nem canto, nem motivos de alegria, nem razões para sorrir, e por fim, não importa mais se é dia ou noite, se existe luz ou escuridão é apenas o vazio.

E quando imaginamos que isso seria apenas uma noite e logo pela manhã viria a alegria, os dias passam, as semanas, os meses, e nada acontece, e aquele amanhecer nunca acontece.

Quando meu amigo foi expulso da sua casa talvez se sentisse assim, nem as lágrimas para chorar não tinha mais, haviam se secado, e ele caminhou até o seu limite.

No seu limite algo inusitado vai acontecer, algo inesperado, será de certa forma surpreendido, nós não percebemos mas estávamos girando esse tempo todo, e muitas vezes passamos pelo ponto de partida e nem percebemos presos em nossos pensamentos e ilusões, a oportunidade passou por nós diversas vezes, mas agora é o momento dos nossos olhos se abrirem para a solução, o reinicio, ainda que precisamos novamente escalar a montanha.

O que aprendemos durante a vida é isso, se está difícil escalar essa montanha, haverá piores pelo caminho, sem pressa passamos pela primeira se preparamos pela seguinte, se o caminho não for esse, voltamos começamos de novo, a vida é uma longa batalha, algumas delas perdemos outras ganhamos, quando aquele meu amigo deixava para trás sua casa, aquilo parecia uma derrota amarga, e de fato era, a rejeição, mas logo foi abraçado por estranhos, foi amado e cuidado por estranhos que o amaram e o amam, encontrou um recomeço e um milhão de razões.

Tudo passa, algumas coisas se demoram outras se dissipam rapidamente, não sei como será para você ou para mim, talvez demore ou não, o importante é não parar de caminhar, ainda que não tenha um destino certo, a palavra caminhar nesse momento significa não desistir, se manter de pé e não entregar os pontos.

Apesar de todas as arbitrariedades e do desanimo, sendo muito sincero, ainda há forças para expressar alguma coisa, lembrar de algo bom como foi a história desse meu amigo, talvez de um momento não muito bom da minha parte sirva de um pretexto para que alguém não desista, talvez tenha uma chance de motivação.

Mas a princípio como desejei o silêncio, como desejei ser discreto, passar despercebido, teria muitas razões para isso, mas o campo de batalha não deixa espaço para isso, o bunker não existe tempo para relaxar, precisamos aprender a ver as situações em ângulos diferentes de perspectiva inusitadas, como olhar para uma madeira e enxergar uma jangada, como olhar para uma dificuldade e enxergar a solução.

Agradeço muito a sua presença, me perdoe por participar da reflexão, deixe sua opinião, ou sua visão do assunto.

DEUS abençoe o seu dia o seu momento o seu agora.


(Claudio Alves de Oliveira)

Buscando se motivar


 

2 comentários:

Jeffão disse...

Bom dia meu amigo! Um texto muito interessante que nos remete a várias formas de compreensão para um acontecimento. Quando Deus permite que se feche uma porta, de imediato ele abre uma outra com novas visões da vida e do mundo.

claudio movie disse...

pura verdade, sábias palavras muito grato pelo comentário, carinho e atenção DEUS abençoe muito.